Sei que hoje sou fruto das experiências pessoais, profissionais, mas também das leituras e dos caminhos e mundos a que elas me conduziram.
Não é a dimensão do livro que me assusta se algo mais me conseguir cativar dentro dele. Aliás, digo-vos que não é de todo a dimensão que define um livro. Já tive algumas experiências arrebatadoras com esses livros que assustam um leitor mais envergonhado. Mas confesso que já tive experiências contrárias. Um dos direitos inalienáveis do leitor de que Pennac nos fala é precisamente o "direito de não acabar o livro" ou de "saltar páginas".
O que te apresento agora são autores e livros que me marcaram ao longo do tempo, em diferentes momentos e que contribuíram para o meu crescimento. São livros e autores que ficaram para a vida. Poesia. Prosa. Dos mais jovens aos mais velhos, para todas as idades. Estes são alguns. Perdoem-me todos os outros que agora aqui não constam. Um dia vou falar-vos sobre eles.
A – Agustina Bessa-Luís e a "Sibila" foi um desafio, quando uma página parecia ser inicialmente uma barreira entre ambas. Na verdade, tornou-se uma descoberta, quando o momento certo para essa simbiose surgiu.
B - Rocio Bonilla, com as histórias que se contam, repetem, divertem e assim também aprendemos.
C – Clarice Lispetor e a leitura que jorra como uma brisa morna de Verão.
D – David Machado, com as histórias luminosas que se entranham para miúdos e graúdos.
E – Eugénio de Andrade, o lugar onde moram a musicalidade e a leveza das palavras, cheias de emoção e rigor num exercício de sentidos que o poeta sublima.
F – Fernando Pessoa, o poeta que se entranhou em mim desde que senti as suas palavras pela voz de outrem, ainda nos bancos da Escola Secundária.
G – Gabriel García Marquez porque "É preciso viver para contá-la" na plenitude.
H – Honoré de Balzac abriu portas para a ementa perfeita com o "Pai Goriot".
I – Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães, uma dupla indissociável e uma inspiração da adolescência, com as histórias que se liam vezes sem conta e a sensação era sempre como se fosse a primeira vez.
J – José Saramago e o seu memorial de obras para todas as idades.
L – Laura Esquivel, que "Tão veloz como o desejo" me foi levando por tantos outros caminhos.
M – Matilde Rosa Araújo, que indissociavelmente guardo no coração a ternura das palavras da menina na escrita e na vida.
N – Nuno Júdice, um poeta de referência da literatura contemporânea, que nos fala de amor, de silêncios, do tempo, com leveza e profundidade.
O- Luís Osório e a sua escrita pessoal que se adentra em cada um.
P – Antonio Muñoz Molina e o “Plenilúnio” dos pesadelos na noite. Um dia vou reler!
Q -Eça de Queirós, um dos nomes incontornáveis da literatura portuguesa, cujas leituras do secundário me acrescentaram muito para além da extensão das páginas.
R – Ricardo Fonseca Mota, a revelação na escrita e os caminhos que se cruzaram entre nós.
S – Sophia de Mello Breyner Andresen, com o som das ondas do mar que vão e vem.
T- António Torrado, o sorriso do homem para além da alma das suas palavras e das suas histórias.
U - Umberto Eco e a descoberta de que "somos formados de pequenos pedaços de sabedoria".
V- Vinícius de Moraes, poeta de pequenos e graúdos, que nos absorve através das palavras.
Z - Carlos Ruíz Záfon, a novidade que se embrenhou num sopro, por entre labirintos, na sombra do vento.
Elisabete Brito
Uma casa na lua
Olá, convido-te para a minha Casa na Lua!
Elisabete Brito é doutorada em Sociologia, Mestre em Educação e Bibliotecas e licenciada em Literaturas Modernas. Na escrita mora a sua forma de ser, de ler e de estar, entranhada em tudo o que faz. Com as palavras pinta o mundo, costura os sentidos, reinventa os dias e, acima de tudo, brinca. Gosta dos abraços do mar, do charme das flores e dos segredos que guardam as noites estreladas, de andar com a cabeça nas nuvens e dos mistérios cheios de poesia.
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